Como é a vida Universitária?

Alô alô! Se já viram os outros posts aqui do blog já sabem que estou a acabar o meu último ano de Licenciatura e é disso mesmo que vos venho aqui falar com este texto.
Mesmo antes de ingressarmos na Universidade a nossa vida já começa a mudar. Temos, novamente, de tomar algumas decisões como o curso que pretendemos seguir e, na maioria dos casos, pensar em opções que podemos deixar como alternativas caso não consigamos entrar na primeira escolha. No meu caso esta etapa não foi muito difícil. Soube logo qual era o curso que queria seguir e não coloquei mais opções porque não queria ter o azar de entrar na Universidade com um curso com o qual não me sentia tão à vontade, então meti apenas uma opção. Ou entrava ou ficava para o ano seguinte.
No mês de Agosto chegam os resultados. Muitas pessoas ficam colocadas no curso que queriam e na Universidade que queriam, outras ficam colocadas nas suas segundas e terceiras opções e há ainda aquelas que não ficam, de todo, colocadas.
Quando se recebe o email de colocação e sabemos que ficámos colocados começa então a "cair a ficha". Primeiro vêm as emoções boas, porque ficamos felizes de termos sido colocados e sabermos que estamos a dar mais um passo para construir o nosso futuro. Depois vêm então todas aquelas emoções menos boas. As incertezas, a ansiedade e o medo. Medo de quê? Das praxes. Sim, este é outro tema muito complexo. Antes mesmo de lá chegarmos somos bombardeados com este tema. Muitas das pessoas que são colocadas na Universidade declaram-se anti praxe mesmo sem experimentar, outras experimentam um dia ou dois e não gostam, mas há ainda aquelas que passam a semana toda na praxe e até conseguem enfrentar aquilo. Porque não, ao contrário do que muitos pensam, as praxes não são um bicho de sete cabeças. Claro que quando somos novos e acabamos de chegar à Universidade e nos mandam olhar para o chão, pôr de joelhos, fazer um texto sobre a pessoa ao nosso lado, cantar músicas com 10 palavrões em cada verso, etc. nós vamos estranhar. Vamos sentir-nos muitas vezes intimidados e muitas vezes vamos querer sair dali a correr quando começam a gritar demasiado aos nossos ouvidos, mas sabem que mais? É ali que começa o nosso percurso académico e os nossos académicos não são nossos inimigos (apesar de na primeira semana nos apetecer pô-los dentro de caixas à prova de som e trancá-los lá até ao final da semana). Lembrem-se que aquelas pessoas que estão a gritar com vocês no primeiro dia estiveram no mesmo lugar que vocês há 3 anos. Eles também tiveram medo, eles também quase desistiram, mas eles também sabem o que vocês estão a sentir. Por isso lembrem-se disto. Levem tudo na boa e vão ver que vão conhecer pessoas espectaculares nas praxes, que acabam por ser uma forma de vocês se conhecerem.
No decorrer do primeiro ano muitos de vocês vão começar a perceber que realmente a Universidade é uma experiência completamente diferente de todas as escolas onde já estiveram e, infelizmente, muitos de vocês também vão perceber que afinal não era bem aquilo que queriam. Sim, é verdade, alguns vão até desistir do curso, mas é normal, para isso não acontecer garantam só que se informam bem sobre o curso ao qual se estão a colocar e façam perguntas a pessoas que tenham estudado o mesmo curso.
Hoje estou a um trabalho, um exame e a um estágio de acabar o curso e sabem que mais? Foram mesmo os melhores anos da minha vida. Uns vão aproveitar desde o inicio, outros vão aproveitar o que querem aproveitar e outros podem nem aproveitar nada, mas cada um é como cada qual. Eu posso-vos dizer que aproveitei como quis e fiz o que quis. Mas a vida académica não é só festas, infelizmente, há muito trabalho. Nunca ninguém me disse que uma vez ou outra teria de fazer uma direta para entregar um trabalho a tempo ou que ia chegar ao final do mês psicologicamente estafada de tantos testes seguidos que ia ter. Mas também nunca ninguém me disse ou nunca ninguém irá conseguir descrever o sentimento que surge dentro de nós quando, no dia do apadrinhamento, uma besta se ajoelha e nos pede como madrinhas ou padrinhos. A Universidade tem sim muita coisa trabalhosa, mas depois tem estas recompensas maravilhosas que vão compensar tudo o resto. Conheci pessoas no meu curso com as quais nunca vou querer perder o contacto porque são pessoas com quem eu me identifico muito e que já sei que vou poder contar para sempre! E depois há os meus afilhados. Tenho 2 afilhados e 1 afilhada desde o dia do apadrinhamento e 1 afilhado e 1 afilhada que me pediram como madrinha mais tarde, mas todos os dias quando eu chego à Universidade e recebo um abraço de um deles o meu coração já se enche de alegria e já está pronto para mais um dia de trabalho, porque a Universidade é isto mesmo, uma família. Daqui a uns dias será o traçar da capa dos nossos afilhados e a nossa bênção das pastas e eu vou guardar todos os momentos no meu coração para sempre e desejar que esta família nunca se esqueça de mim, porque eu nunca me esquecerei dela.
